ABORDAGEM DOUTRINÁRIA ÀS GRANDES QUESTÕES QUE SE COLOCAM A UMA NOVA RELAÇÃO DA ARQUEOLOGIA COMO DISCIPLINA DE INVESTIGAÇÃO E EIXO DE CONHECIMENTO HUMANÍSTICO COM A FRUIÇÃO LIVRE E UNIVERSAL Do PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO
Ora, aqui temos um exemplo sobre o qual devemos reflectir, acerca da utilização de dispositivos remotos de prospecção arqueológica, com resultados surpreendentes, afinal a antecâmara de uma nova era em que a oportunidade das intervenções intrusivas e de aleatória exploração terão que ser reequacionadas. Andar atrás das máquinas em contexto de estudo de impacto arqueológico e, depois, atrás das quadrículas e do desenvolvimento da sua abertura, poderá muito em breve ser uma intervenção anacrónica. Já o era há muito. Um voo bem preparado de prospecção pode ficar muito mais barato e ser mais eficaz do que um dia de trabalho de uma equipa de arqueólogos no campo. Com a vantagem de fornecer dados fiáveis que evitem a intervenção intrusiva, quer arqueológica, quer de outra espécie. A prospecção remota não se reduz a detectores de metais, com há muito era óbvio. Como reformular o tecido disciplinar e profissional da arqueologia formulando estes tópicos? Qual o futuro dos profissionais arqueólogos e das dezenas ou centenas de empresas de arqueologia? Pensar, caros amigos, pensar… E agora? Quando inesperadamente, fazendo eco de muitas críticas políticas em que a arqueologia embarcou, um grupo de economistas cuja coesão ainda é insondável, uma espécie de praça da concórdia de António Ferro, questiona a oportunidade do investimento nas grandes obras públicas, TGV e Aeroporto de Alcochete? Insisto na oportunidade cada vez mais urgente de um Plano Nacional de Trabalhos Arqueológicos, que não seja ditado e coordenado pela agenda das obras públicas e privadas. Essas, pelos vistos, têm à disposição meios de monitorização remota de eficácia inquestionável. A um arqueólogo profissional vai em breve ser exigido o brevet de piloto aeronáutico. Ou outras qualificações. Vale a pena pensar…